Depois de um ano de ausência, o mundial MotoGP está de regresso à América do Norte e ao Circuito das Américas no Texas. Mas o facto de a corrida anteriormente ser realizada em Abril significa que meteorologia será agora um factor desconhecido num circuito que, de acordo com os técnicos da Brembo, é uma circuito de exigência moderada para os travões.

Numa escala de dificuldade de um a cinco está classificado como três. A pista texana destaca-se pela elevação da recta da meta para a Curva 1, com um desnível de 41 metros entre o ponto mais baixo e o mais elevado. As consequências para os pilotos que falham o ponto de travagem são facilmente imagináveis.

Baixo peso e arrefecimento superior

Utilizadas exclusivamente no mundial MotoGP, as pinças monobloco Brembo de montagem radial, com quatro êmbolos, são maquinadas a partir de um único bloco numa liga de alumínio e lítio. Comparadas com as peças fundidas, aquelas que são maquinadas permitem a utilização de materiais com melhores características mecânicas e melhor resistência às temperaturas elevadas.

Para além de apresentar ‘barbatanas’ no seu corpo exterior, contam com um sistema ‘anti arrasto aerodinâmico’, que reduz de forma significativa o torque residual. A pinça aumenta igualmente o torque de travagem, porque gera uma força que combina com a força criada pela pressão hidráulica do fluído de travagem sobre os êmbolos quando em esforço.

12 zonas para 37 segundos

Os pilotos de MotoGP utilizam os travões em 12 ocasiões em cada volta, o mesmo número de vezes que no circuito de Misano que, no entanto, é 1.3 quilómetros mais curto.

No Circuito das Americas, os travões estão em acção durante 37 segundos a cada volta, seis segundos mais que na pista com o nome de Marco Simoncelli e num registo recorde para o campeonato 2021.

Em quatro das curvas do Texas, os travões são ‘chamados à acção’ por um máximo de 1.6 segundos e, em apenas três momentos, essa acção dura mais de 4.5 segundos. Por outro lado, sete zonas de travagem têm uma extensão inferior a 100 metros e em todas a desaceleração não excede 1.1g. Desde o arranque da corrida até ao momento em que cruzam a bandeira de xadrez, cada piloto exerce uma força na manete de travagem de 0.8 toneladas, umas boas 0.43 toneladas menos que no GP de Misano.

300 metros de travagem

Das 12 zonas de travagem do Circuito das Americas, três são consideradas como exigentes para o sistema de travagem, quatro são de média dificuldade e as restantes cinco são um desafio ligeiro para os travões.

A mais exigente de todas as curvas é a 12: as motos atingem 339 quilómetros por hora e travam durante 6.2 segundos para descer aos 66km/h. Os 317 metros de travagem constituem um recorde mundial e envolvem uma força de 5.7 quilos na manete e uma desaceleração de 1.5g com a pressão no fluido de travões a atingir os 12.2 bar.